terça-feira, 31 de maio de 2011

Traços


Mal posso parar de olhar seus traços,
Seus contornos, suas curvas nos enlaços
Que trocamos embaixo dos nossos lençóis.
O toque da seda da camisola me causa ciúme,
E sua pele por baixo dela provoca um ardume
Que é maior do que me infligiriam dois sóis.



Mas a noite se vai, e com ela a certeza
De que não terei mais aqui sua beleza
E que tudo isso não passou de um sonho.
Gostaria que os mares pudessem agora
Selar-nos num abraço, e que a toda hora
Pudesse eu dar-te prazer como proponho.

Pena que minha ninfa é muito fugidia,
Corre sempre, mas penso: Que bom seria
Se um dia pudesse eu tê-la para mim.
Só em meus braços, sob a sombra frugal
De uma árvore de estatura monumental
E permanecesse por muito tempo assim.

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