quarta-feira, 27 de julho de 2011

Você se lembra?


 Sabe quando simplesmente você acorda e sente um vazio estranho? Não, não é fome, pelo menos eu sei que não. Depois de tudo, o tempo parece que passou rápido demais. Olho para as paredess do meu quarto, as da sala... elas são cheias de fotografias, como se eu quisesse realmente enfiar uma ideia de quem eu sou na minha cabeça, talvez para enfrentar esse vazio que eu sinto ao acordar. Eu não sou psicólogo, ele aqui é você, então vou começar logo...(...)
O velho de quase dois metros deitou em uma posição confortável no divã, com as mãos em cima do peito que carregava algumas mágoas e poucas vitórias. Olhava para cima com frequência, evitava fitar diretamente para o homem à sua frente que mais parecia uma estátua do que um médico. O velho não sabia o motivo, mas lembrar era uma tarefa árdua. No entanto, ele ensaiou, tomou sua Kriptonita e decidiu procurar ajuda para o seu problema. Passou a mão na testa, suspirou e voltou a falar:
  Eu sou D'Artagnan, ao menos é isso que eu acho . Nasci com o mosquete em mãos, fui treinado desde pequeno, sou aquele cara que de vez em quando aparece nos jornais e noticiários da cidade desde salvando gatos presos em árvores até impedindo pequenos roubos. Não sou rico, não sou um Batman da vida, recebo algumas condecorações, uns prêmios e me privo de muitos luxos. O verdadeiro problema é que certo dia eu fui atrás de um ladrão que acabava de roubar uma senhorita na avenida principal. Eu sei onde os ratos se escondem, então saquei meu mosquete e corri atrás do rato até minhas entranhas queimarem, para onde foi todo meu fôlego?
Suspirou novamente, tentava não lembrar, mas precisava pois isso trouxe o dilema de sua existência. Tomou fôlego e voltou à luta.
  Cansado, ele não portava arma de fogo. Bradei: "Filho, larga essa bolsa! Você não precisa tornar isso doloroso!" Engraçado, os jovens ratos nunca escutam os mais velhos — O velho sorriu mostrando os dentes amerelados. Seu semblante foi tomado por uma alegria instantânea ao relembrar o momento de glória. — Parti para cima dele e com cinco sopapos bem dados ele foi ao chão. A senhorita chegou logo depois aos prantos, entreguei-lhe a bolsa quando aqueles olhos começaram a brilhar, ela sorria em meio a soluços: "Pai..papai, onde você esteve todo esse tempo?" Algo me atingiu no fundo e levantou esse Vazio, a única coisa que eu consegui fazer foi correr para longe, bem longe daquele vazio enquanto eu tentava recordar alguma memória da garota. Eu tentava me recordar mais não conseguia. (....)

Chegando ao meu apartamento, olhei todas as fotografias. Eu não possuía uma família, mas lembrei que possuía um velho diário guardado em uma gaveta trancada juntamente com a minha kriptonita, cápsulas de controle. Consegui dar uma breve lida no diário antes das lágrimas rolarem. Lá dizia que meu nome era "Miguel Soares", que eu fui um professor ótimo de esgrima, tinha uma mulher e duas filhas, e que fui diagnosticado com Alzheimer há praticamente três anos. Nos meus relatos eu não conseguia aceitar a ideia de que ia me esquecer de tudo daqueles que eu amo, e que provavelmente eu iria virar um vegetal em uma cama. (...)
 Então eu, com o tempo que me restaria, tentaria fazer um mundo melhor para aqueles que amo. Tenho certeza que essa doença vence meu corpo cada dia mais, pois só me lembro disso porque tomei as cápsulas. Pouco tempo me resta, e eu não quero ser um vegetal impedindo a vida da minha família. Nas páginas finais do diário, dizia que eu me despedi devidamente (...)

 No final, existem várias maneiras de lidar com uma situação: Você pode ver isso do lado positivo ou negativo, mas provavelmente toda decisão que você pensará em tomar  terá seu lado bom e ruim. Descobri que a causa do vazio é esse amor reprimido pela minha família, que de alguma maneira é mais forte que memórias de um cérebro degenerado, e essa será a energia que me impulsionará a lutar contra esse monstro que está alojado no meu cérebro. Porém, essa dúvida sempre irá me perseguir: Eu agi certo abandonando minha família, possíveis amigos, trocando uma vida por Outra?
Alguns minutos de um pseudo-silêncio sagrado tomaram conta da sala enquanto o psicólogo terminava de tomar suas notas sobre o singelo caso do paciente. Quando a estátua ia abrir a boca para concluir o caso, o velho olhou para o mesmo com olhos empapuçados atrás dos óculos e disse: 

— Quem é você?
--------------------------------------------------------------------

Bom pessoal, to começando uma nova série aqui no blog, espero que gostem e sejam bem vindos a “Cidade Rex¹!” Alzheimer é um assunto sério e eu vou passar alguns dados do que pode ser feito para diminuir ou mesmo evitar a doença:
¹ Rei em Latim.


- A inclusão de fruta e vegetais, pão, trigo e outros cereais, azeite, peixe, e vinho tinto, podem reduzir o risco de Alzheimer

-Atividades intelectuais como ler, escrever com a mão esquerda, disputar jogos de tabuleiro (xadrez, damas, etc.), completar palavras cruzadas, tocar instrumentos musicais, ou socialização regular também podem atrasar o início ou a gravidade do Alzheimer.

- Reduzir ao máximo o contato de alimentos com o alumínio, Ele está presente em panelas que armazenam as sobras do almoço para o jantar, ou vice-versa. Ao ficarem na geladeira, por exemplo, aos poucos a panela solta pequenas partículas de alúminio que contaminam o alimento, dê preferência por armazenar as sobras em recipientes de plástico, e volte para a panela somente quando for aquecer. 

-Evite também o uso excessivo de papel alumínio para embrulhar os alimentos, sobretudo em lanche para as crianças. 

-Dê preferência por potes de plástico, que além de conservar melhor o alimento sem amassá-lo, evita o gasto com o papel e ajuda a natureza na hora de reciclar, reduzindo o lixo produzido.

-Existe uma relação inversamente proporcional entre a prevalência de demência e a escolaridade. Nos indivíduos com oito anos ou mais de escolaridade a prevalência é de 3,5%, enquanto que nos analfabetos é de 12,2%

Caso tenha alguma dúvida ou suspeita procure se informar nos links abaixo e se informar com um profissional que irá avaliar o caso e o tratamento correto.

Abraços




domingo, 24 de julho de 2011

Sina

Anteriormente na saga de Zara, o caçador de anjos:


"Vocês ouvirão, mas não entenderão;
olharão, mas não enxergarão nada.
Pois a mente deste povo está fechada:
Eles taparam os ouvidos
e fecharam os olhos." (O Evangelho de Mateus, 13. 14-15)



O ferro oxidado das correntes da algema raspavam em um barulho irritante enquanto dois policiais seguravam meus ombros como se tivessem qualquer poder sobre mim. Nós três andávamos calmamente pela delegacia como um trio de amigos tomando sorvete em um shopping center. Só faltavam as lojas, as pessoas animadas, os sorvetes... e os amigos.
(Tudo bem, não parecia nada com uma andança no shopping, era mais uma caminhada pelo apocalipse.)
Entrei numa sala. O delegado — que parecia com os guardas e com oitenta por cento das pessoas, afinal eu estava no bairro de Adachi, em Tóquio, e a Ásia inteira saiu da mesma fôrma — olhava por trás de seus óculos ovalados querendo me repreender ou algo assim. Quando me sentei, senti que seus olhos ainda me acompanhavam.
— Como você está? — Ele perguntou, naquela rapidez da língua japonesa. 
— Algemado.
— Senhor Zara, isso aqui é sério. Se você continuar com essas piadas, vai ter que levar umas palmadinhas na cara.
Não sei até hoje se ele estava tentando ser sério ou debochado com essas palavras. Só sei que um sorriso escapou no canto da minha boca e eu murmurei desculpas nada sinceras. Os policiais já tinham saído do local e esperavam do lado de fora. As algemas ainda irritavam minha pele humana.
— Conte-me o que aconteceu detalhadamente.
— O qu te contaram sobre ontem?
— Eu faço as perguntas aqui — Assumo, eu sou abusado. Oras, eu não vou morrer, pra quê vou me preocupar? — O que aconteceu naquele hospital?
— Entrei nele por volta das seis e meia. A criança estava no berçário, dormindo como um querubim — Minha voz estava firme demais, estava parecendo um psicopata. E isso não era bom — Quando eu estava pronto para enviá-la de volta ao céu, a enfermeira chegou e bateu em mim com uma bandeja ou algo assim. Aí apareceram so seguranças, a polícia... e bem, estou aqui, olhando para você.
A história não foi bem assim. Eu não seria tão facilmente detido por uma enfermeira.
Quando cheguei no pequeno berço hospitalar, lá estava ela. "HARUME, Reiko", dizia a tornozeleira de identificação dela. Seus olhinhos estavam fechados, era uma coisa linda de se ver. Na minha terra ela era Belá, um anjo exibido e vaidoso que só estava na Terra para se gabar desse feito. Um dia ele foi meu amigo, confesso.
Voltando à Reiko, eu fiquei olhando aquele corpo frágil enchendo e esvaziando com a respiração e uma estranha comoção me invadiu. O tempo em que havia vivido com humanos até então tinha surtido um efeito negativo em mim: A criação de emoções. E aí, notei que emoções só servem para atrapalhar nossas missões.
Refleti tanto em frente à criança que a enfermeira notou minha presença no berçário e me atacou ao ver a adaga que eu tirava com lerdeza da minha cintura. Foi tudo tão rápido que nem tive coragem de reagir, poderia provocar mortes desnecessárias. Então, me deixei ser levado para a sala daquele delegado arrogantemente bobo.
De certo modo, ser humano é divertido.
— Sabe, Zara... — O delegado gordo e calvo arrumou seus óculos sobre o nariz e se ajeitou na cadeira pequena demais para suas adiposidades — Você não tem documentos, você nunca foi visto pelas redondezas... Você parece ter caído do céu.
(Na verdade...)
— O que eu quero saber é por que você queria matar a recém-nascida. Por quê, Zara? Por quê?
— Senhor, a recém-nascida é um anjo.
— Toda criancinha é um anjo, é o que dizem.
— Você não me entendeu.
O gordo franziu a sobrancelha como se dissesse "eu entendi, seu babaca". Só que a verdade sobre os fatos ia muito além do rostinho angelical de Reiko. Você sabe disso, claro.
— Ela é um anjo.
— Então, ela...
— Um anjo. Anjo — Repeti para dar ênfase. Apontei para o alto pra ver se ele entendia de fato, mas o delegado ainda estava matutando.
— Você quer dizer... que ela veio do céu?
— Sim.
Lembra do papo das emoções que eu falei? Então, naquele momento outra delas surgiu em desenvolvimento na minha psique — se é que tenho psique, alma ou coisas assim: A raiva.
O delegado olhou para mim em silêncio, depois desatou em uma risada intragável e rouca. Suas banhas pareciam obstruir as pregas vocais, era tosco de se ouvir. E ele ria olhando para mim, o que me deu uma vontade repentina de ter um rifle na cintura em vez da adaga.
Mas Ele me disse "sem mortes desnecessárias, Zara". Tudo bem, sem mortes. No entanto, teria que haver uma lição.
— E você é o quê, um caçador de anjos? — Ele perguntou, ainda entre as risadas defeituosas.
— Eu também vim do céu.
— Ah é? Então prove, anjo. Não estou vendo nenhuma asa atrás de você, nenhuma auréola em sua cabeça... você parece tão anjo quanto eu.
(Ah, teria que haver uma lição. Nem que fosse fazer uma redução do estômago dele com a minha adaga.)
— Eu não posso provar que sou um anjo — Levantei da cadeira, o que fez o delegado diminuir um pouco a risada — Mas posso provar que não sou como você.
— Espera um pouco — O gordo pegou um celular daqueles com rádio e chamou os policiais que estavam na porta. Eles entraram com aquele rosto nada amigável, bem diferente de alguém tomando sorvete no shopping — Olhem esse cara. Ele quer dar um showzinho pra gente.
Já era noite, todas as luzes da delegacia estavam acesas. Senti que aquela era a oportunidade para brincar um pouco com a sanidade das pessoas. Sei que Ele pediu para que eu mantivesse discrição, mas eu estava me tornando humano demais para ignorar a ingenuidade alheia.
Concentrei minhas forças na luzes. Todas as lâmpadas, televisores, monitores de computador. Senti cada fagulha de luminosidade em volta da minha própria energia. Eles começaram a oscilar, o que fez muita gente parar de fazer suas tarefas para dar aquela olhadela para o alto. E aí, suguei tudo. Essas luzes entraram pelos meus poros e circularam em minha volta, enquanto a delegacia ficava no breu. As risadas cessaram, o falatório cessou, a delegacia cessou naquele momento em que eu era o único ponto de luz do local. Um homem iridescente de quase um metro e oitenta.
O delegado à minha frente era só uma sombra apavorada. Provavelmente estava querendo chorar no colo da mamãe ao me ver lá, ao mesmo tempo algemado e com poder o bastante para explodir o prédio inteiro. Ele finalmente percebeu que era pequeno diante de mim. Estava tudo claro para ele agora.
(Pegou o trocadilho, né? Desculpe-me, é o convívio.)
— Eu sou pura energia. Eu posso ser o que eu quiser, e se você não acredita em mim — Olhei bem fundo nos olhos dele, irradiando o medo em suas retinas engorduradas — Não irá acreditar em mais nada.
Deixei as luzes saírem. Em poucos segundos, a oscilação voltou e aí tudo estava aceso de novo. Eu era só mais um no mundo, mas o delegado não estava mais no controle da situação.
— Vocês ainda têm muito a aprender — Eu dizia, sentindo uma desconfortável tristeza sobre mim. Abaixei os olhos e mirei o vácuo enquanto todos me olhavam pelas janelas gigantescas da delegacia — Eu não sou o único entre os humanos. Vocês veem o mundo como um espelho, veem dele o que querem ver. Mas a verdade... o que vocês deveriam ver... está do outro lado. Muito além de... algemas  Quebrei aquele ferro retorcido com um tranco feito por ambos os punhos, e desvaneci.
Começo a pensar que Deus não me mandou aqui para caçar anjos. Olhando meu novo cabelo ruivo em uma vitrine na rua — estava pensando em me tornar uma mulher por um tempo, pode ser interessante —, parece que a raça humana anda perdida demais, e precisa de algo para guiá-las. Uma religião, uma música, um vestido vermelho com vários bababos inúteis que estou vendo agora atrás da vitrine. Talvez eu esteja aqui para guiar, ou para me perder junto deles.
Volto à entrada o hospital, mas algo me diz para esquecer da pequena senhorita Harume, pelo menos por enquanto. Virei o rosto para os carros na avenida e saquei um cigarro do bolso — uma das coisas boas que estão na cartilha "Anjo vs. Humano: Vantagens e Desvantagens". A coisa ruim é que logo depois de fumá-lo eu tenho que trocar de roupa, o cheiro da nicotina, alcatrão e centenas de substâncias gruda no tecido que é uma beleza.
Enfim, chega de tergiversar. Encarei cada vida que passava em cada carro. Pensei para onde iam, de onde vinham. Seus futuros, seus passados. Olhei minha situação na Terra e concluí que não era tão diferente dessas pessoas nos carros. Todos estamos boiando no meio de um oceano cheio de conflitos e de emoções. Essa é a sina que todo ser vivente tem que carregar nas costas endurecidas pelo tempo: Não sabermos a missão, mas mesmo assim cumpri-la.
---------
Saudaaaaaaades do meu querido Zara ! :D
Gente, como estou fazendo as coisas na pressa aqui na lan house, se tiver algum erro de digitação comenta aqui, please. Eu arrumo, deleto o comentário e o mundo fica azul, okay?
Espero que tenham gostado, porque eu... putz, eu amei, hahahahaha
Tschüss!

(p.s.: Deu alguma coisa errada na formatação, o começo do texto tem menos espaçamento que o resto. Algum staff aí por favor arrume, se conseguir, porque eu não tive sucesso. Grato :D )

quinta-feira, 14 de julho de 2011

"Ele"



Algumas vezes reclamamos que não o temos
Em outras reclamamos que "ele" é demais
Outros reclamam que "ele" passa rápido
E existem os que reclamam que "ele" demora a passar


Alguns pedem que "ele" pare
Outros imploram para que "ele" volte
Existem os que pedem que "ele" voe
E tem as pessoas que não ligam muito pra "ele"

Seja você uma criança, um adulto ou um velho
Seja você uma pessoa saudável, doente ou ate mesmo morta
"Ele" sempre estará agindo
"Ele" fará você odiá-lo ou adora-lo

Com "ele" você pode ser esquecido,
Pode ser perdoado e ate mesmo amado.
"Ele" é o senhor do mundo
"Ele" é quem rege o universo

"Ele" é simplesmente o tempo
O tempo que enquanto escrevia passava
O tempo que não para e vai continuar passando
Tic Tac. Passa o tempo. O tempo passa


-------------------------------------------------------------------------

Depois de tanto TEMPO estou aqui postando novamente. Escrevi esse poema sem rimas, o que não é meu estilo, mas o TEMPO me intrigou essa semana. Vou mostrar alguns fatos:

1° Amanha completo 20 anos de vida.
2° Estou e 3 meses e meio trabalhando na HP
3° Hoje estou fazendo 2 meses com a Andressa Artero
4° Já estamos no meio de Julho

O TEMPO passa rápido demais... Pelo menos para mim!

terça-feira, 12 de julho de 2011

Random #04

A Loucura, sempre a Loucura.


"A sickened mind and spirit,
the mirror tells me lies.
[...]
Sanity now is beyond me,
there's no choice."
(Ozzy Osbourne - Diary of a Madman)


 "... E enfim? A loucura declarada, a torva e irônica loucura que nos tira a nossa alma e põe uma outra, que nos rebaixa... Enfim, a loucura declarada, a exaltação do eu, a mania de não sair, de se dizer perseguido, de imaginar como inimigos, os amigos, os melhores." (Lima Barreto)


Lembro de uma moça.
Não muito bela, mas nada feia.
Filha de um deputado, vivia uma vida plena. Trabalhava em um escritório de advocacia há quase dez anos. Morava em um apartamento, tinha um poodle toy. Estava solteira, mas tudo que queria em sua vida era um marido e um casal de filhos.
Ela também queria morrer dormindo.
É uma moça normal. Não tinha nenhum cacoete, não mentia sobre nada grave e se dava bem com todos no trabalho. Dava "oi" para quem estivesse no elevador de seu prédio, fazia academia só pelo condicionamento físico.
Hoje ela está no hospício. É uma moça normal demais.

(...)

Não pedi permissão para o @VictorFarias__ , mas mesmo assim continuei a saga Random. Quem é da velha guarda do #heavenswillburn se lembra dessas postagens da época que o projeto só tinha o Victor. E cá estava eu pensando a ideia boa que seria continuar essa estranha série. Espero que tenham gostado, principalmente do último texto, que é a única coisa original da postagem. (:
Tschüss!

domingo, 10 de julho de 2011

Tormenta


Um dia de tormento
Em que as aberrações
Contorciam-se ao vento
Sofrendo as danações
Por tentarem fugir.


Tentavam ser normais
Mas a ventania a rugir
Impedia que as tais
Das pessoas diferentes
Pudessem assim viver
Sem serem penitentes
E sempre a se abater.

Em morros campestres
As árvores sofriam
Com as fugas agrestes,
Multidões que corriam
De um inimigo invisível
Mas implacável demais.
Resistir seria risível,
Nunca teriam a paz.
Cada vez mais fortes,
As lufadas atingiam
Os sofridos migrantes
Que com medo, fugiam.

Já não restara nada
Da tão humilde vila
Que fora sua morada
E suas casas de argila
Reduzidas ao pó
Não há mais esperança
Fica apenas dó
E essa triste lembrança
Daquele dia fatídico
Em que tudo acabou
E do inimigo fluídico
Que os exterminou.

Mais uma vez, cá estou meus amigos! O que acharam desse? Postem seus comentários, pois são muito importantes para nós!

Abraços do @dereckalexandre

sexta-feira, 8 de julho de 2011

A tal de Alice


- Parte 1: A poesia de Adelaide -


"Como eu consegui achar alguém que me ama tanto?
Como eu posso amar tanto alguém a ponto de querer me casar?
Como não ficar olhando esses olhos tão perfeitos?"

Estava lendo as cartas de Adelaide pela última vez.  Resolvi acabar de ver com esse espetáculo e me livrar da sombra dela antes que ela se livre de mim.

Tudo que me fazia lembrar dela — presentes, rascunhos de músicas, fotografias e, claro, cartas — estava sendo colocado em um saco de lixo. Depois, eu iria queimar tudo e esquecer, pelo menos por essa vida, que Adelaide existiu. Não posso deixar que um amor fácil de adolescência acabe com minha sanidade, simples assim.
Só que o interfone tocou.
Será que alguém naquela "festa" não percebeu que eu queria paz? Eu só queria ficar um pouco sozinho, será que nem isso ele podem me dar de presente? Deus do céu...
— Oi — Falei secamente no interfone.
— Tem uma tal de Alice querendo falar com o senhor.
Alice? Mas não conheço nenhuma Alice...
— Manda subir.
Desliguei o interfone e enchi um copo com água gelada. Já aconteceu isso comigo algumas vezes na vida, mandar mulheres no meu apartamento. Era um presente, alguma vadia para eu relaxar com meia hora de sexo.
Bebi a água em um piscar de olhos, olhei para a noite pouco estrelada e tentei achar Adelaide nela. Eu estava irrequieto, eu precisaria desabafar com "a tal de Alice" antes de transar com ela.
E a campainha tocou.
Olhei pelo olho mágico e o que vi não era nada ruim. Cabelos negros, com mechas azuis; olhos pequeninos e levemente esverdeados; seios fartos e quadril igualmente grande. E o melhor, não tinha cara de ninfeta. Parecia ter mais de trinta anos.
Peguei a chave, rodei na fechadura e vi Alice por completo e em tamanho real. Ela estendeu a mão para eu cumprimentá-la. Comecei a achar que ela não era uma vadia qualquer.
— Olá, Alice — Apertei a mão dela com delicadeza e até me esqueci de beijá-la. Fiz um sinal para ela entrar, e Alice andou calmamente para o interior do meu apartamento.
Ela ficou olhando as paredes com atenção antes de falar qualquer coisa. Parecia procurar algo antes de tirar a jaqueta de couro e me enquadrar na parede.
E aí ela tirou a jaqueta e me perguntou onde ela poderia deixá-la. Falei para ela deixar onde quisesse. Alice, então, deixou no braço da poltrona e sentou nela com as mãos entre as coxas. Sentei na cadeira de frente para ela sem nenhuma pose. Ela não parecia querer transar comigo.
— Rodrigo, eu... preciso te falar algumas coisas — Alice tinha uma voz rápida e levemente estridente. Como em um passe de mágica, Adelaide me veio à cabeça. Ela tinha a mesma voz de pássaro.
— Sobre...?
— Sobre mim, sobre você... e também sobre Adelaide.
Até ela falar "Adelaide", meu olhar era vago e disperso. Quando falou, meu cérebro entrou em um nó tão grande que meus olhos perderam a habilidade de piscar.
— O que tem Adelaide?
— Vocês começaram a namorar quando tinham quinze anos. Foram juntos até os dezessete anos, mas terminaram a relação porque ambos tinham que viajar, certo?
— Sim — Respondi com uma interrogação no tom de voz. Quem era essa mulher de palavras tão diretas quanto as minhas?
— Então... ela não viajou para a Inglaterra. Ela mentiu.
Alice falou com o olhar baixo, esfregando ininterruptamente as mãos. Estava mais mtensa que um coelho sendo carregado por uma ave de rapina.
— O voo para Londres tinha escala em Salvador. Ela ficou lá, onde alguns parentes dela moravam. Os pais dela também não sabiam de nada disso. Ela armou esse esquema para ninguém saber.
— E por que ela fez isso? — Em vez de dizer "faria", minhas pregas vocais falaram "fez". Por algum motivo, eu acreditava inconscientemente em Alice.
— Ela estava grávida.
E aí, tudo fazia sentido.

Olhei dentro dos olhos de Alice. Lembrei da carta que estava lendo antes dela chegar, e me veio à mente meus olhos. Olhos que Adelaide amava, e que mais ninguém soube amar. E vi que aqueles olhos pequenos da mulher à minha frente eram meus.
Alice era minha filha.
— Ela não queria contar isso para ninguém, tinha medo. Confiou na tia-avó baiana e teve a criança lá. Era uma menina. Essa menina... sou eu.
Adelaide sempre quis uma filha chamada Luciana, mas sabia que eu gostaria de ter uma Alice. E, no final, tive.
— Claro, ela nunca chegou a te trair, então ela sabia que eu era mérito seu também. Por isso me deu o nome que você gostaria de dar à sua filha. Mesmo assim, resolveu me esconder de todos. Fui criada pela família baiana dela até completar dezessete anos, quando ela me empregou na ZooSisters e fingiu que eu era só uma funcionária da ONG. Até hoje dá para contar nos dedos de uma só mão quem sabe dessa história.
— Ela não te contou sobre mim por uma razão especial: ela não queria estragar sua carreira. Estava tudo tão certo com o Portobello Club que uma filha só destruiria seus sonhos. E Adelaide sempre quis te ver feliz, e até hoje é assim. Ela me disse para vir hoje, pois sabia que esse era o momento certo da sua vida para saber de mim. Então, considere-me como o presente dela para seus cinquenta anos.
Alice sorriu com o que se pode chamar de receio. Ela havia ateado fogo em mais da metade das minhas comvicções, temia minha reação diante disso tudo. Só que eu estava feliz, como nunca havia sido na vida.
— Olha, eu não podia ficar tanto aqui, ainda tenho que terminar os relatórios de importação da ZooSisters Macapá, então já vou indo, tudo bem?
— Você promete que vai voltar?
— Não. Eu quero que você me procure. E procure também Adelaide, ela sente sua falta. Mas não tente nem insinue nada, o marido dela é muito ciumento. Tchau, pai.
E Alice levantou da poltrona, vestiu a jaqueta e saiu do meu apartamento. Eu, por minha vez, não sabia mais levantar da cadeira. Um sorrisos bobo havia tomado conta da minha boca, e eu não conseguia pensar em nada além dos olhos da minha filha. Eles eram meus.
Olhei de novo pela janela. Desta vez, encontrei Adelaide entre as nuvens. E acho que me encontrei também. E nós dois não estávamos juntos, mas estávamos felizes. Agora, nós dois podíamos dormir em paz. Colocamos o ponto final em nossa carta, dobramos o papel e o guardamos. Em nossos corações.

"Bem, vou acabando essa carta por aqui.
Te amo, e mesmo eu não sabendo quanto tempo vai durar, eu sei que vou me lembrar pra sempre de você.
Ich liebe dich. Für immer. "



- Posfácio -

Vocês não têm noção da pressa com que digitei isso aqui. E não consegui achar fotos decentes também, mas pelo menos acabei, galera! Essa história me custou muito trabalho mental, acreditem. É aquela velha história do passado desenterrado, mas no meu caso acho que estou enterrando agora com esse fim.
Parei de falar. Comentem aí se gostaram da série e pronto. Aê.

(alguém sentiu insatisfação nesse posfácio? quer dizer, além de mim)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Maria


Com meus pés sobre os chinelos,
Estava eu a olhar pela janela.
Por ela entravam raios amarelos.
O sol que há muito era só dela:
Minha amada.


São três anos desde o ocorrido
E ainda assim não me esqueço
Daquele dia em meu peito sofrido.
Minha Maria quebrou seu pescoço
Ao cair da escada.

Já fazia mais de quarenta anos
Que havíamos juntado os trapos
Ela dera a luz a dois meninos
Que como eu eram bem guapos.
Ah, que vida açucarada.

Os anos foram-se rapidamente
E continuávamos todos juntos,
Vivendo tão alegremente
Não nos faltavam assuntos.
Uma família bem atada.

Mas um acidente horripilante
Nos deixou órfãos dos filhos
Em Maria, a dor no semblante
Não negava, nosso borralho
Sumira na madrugada.

Eis apenas um mês depois
Já me vi sem minha Maria
Que no céu descansa em paz
Mas clamo eu por companhia
Em minha vazia morada.

Que Deus me leve para ela
Para que vivamos novamente
Juntos, na mesma estrela
Que brilha tão permanente
Em toda noite estrelada.


Espero que tenham gostado. Desculpem novamente a demora em postar, galera.

Abraços do @dereckalexandre

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Onde estará você?


Onde estará você?
Quando os predios racharem
quando a cidade ruir
quando as pessoas gritarem
e o sonho explodir

Onde estará você?
Quando eu estiver precisando
e não tiver forças pra chamar.
Quando eu estiver sonhando
e não conseguir acordar



Onde estará você?
Quando eu desacreditar na vida
ou ela desacreditar em mim
Quando eu não souber qual é a saida
desse corredor de portas sem fim.

Onde estarei eu?
Quando você procurar
quem diz que te ama mesmo sem porque.
quando todas as outras começarem a gritar
que suas vontades são demodé

Onde estarei eu?
Quando você quiser dizer que o longe não existe
e precisar acreditar nisso
Quando você estiver muito triste
e precisar que lhe provoquem sorrisos.

Onde estarei eu?
Quando voce quiser contar uma história repetida
e todo mundo desviar a atenção.
Quando assistir o filme da minha vida
e souber que foi minha inspiração

Onde estaremos nós?
se é que estaremos em algum lugar...
quando a beleza da voz
não for bastante para convidar?

Onde estaremos nós?

quando almas precisarem uma da outra.
sera que estaremos a sós?
o dia que tirarmos a roupa.
Eu nao sei as respostas,
e voce também não à de saber,
Mas vamos fazer nossas apostas
e deixar o tempo correr
E como ja é de costume,
meu poema vai acaba igual,
é como sentir sempre o mesmo perfume
e ainda achar especial...
Ele acaba com a a nossa dúvida no ar
e meu jeito bobo de escritor.
Rimando como eu sempre decido rimar

----------------------------------------------
Gostaram do poema? Foi feito pelo lobo velho, Thiago Botinhão sobre uma dúvida e uma saudade. Meu irmão, meu amigo desde a 1 série. Bom pra quem gostou tá ai o link do blog dele:
Ai você vai achar vários poemas fodas, textos fodas. AHAHAH. Abraços boa noite.

domingo, 3 de julho de 2011

Uma vida inteira pela frente

Conto inspirado em: KISS - Beth (letra)


(Primeira ligação, às dez horas da noite.)
O celular toca mais de oito vezes, mas nada dele. Beth, de camisola no sofá da sala, repousa o telefone no gancho e se encolhe no assento tentando se aquecer do vento frio da solidão.
Ela tinha uma vida inteira pela frente, mas resolveu se casar o mais rápido possível. Tinha medo de se tornar velha demais e não ter um homem que a amasse quando tivesse quarenta e tantos anos e rugas o bastante para deprimir uma mulher. Ela tinha vinte e cinco anos e nenhuma ruga, mas mesmo assim seu homem não a amava.



(Segunda ligação, às dez e meia da noite.)
Depois de seis toques, o celular foi abruptamente desligado. Beth orava para que seu marido não tivesse feito isso. "Pode ter sido um dos amigos dele, talvez eu esteja atrapalhando algo importante", ela pensava com inocência.
Foi ao banheiro, passouu creme nos longos cabelos negros e no rosto sedoso. Com seu hálito quente, fez uma pequena nuvem esbranquiçada no espelho e com o dedo desenhou um coração. Sorriu ao ver o músculo do amor, e foi embora antes dele desaparecer com o ar gelado. Não queria ver seu amor ir embora.

(Terceira ligação, às onze e quinze da noite.)
Ele atendeu. Disse que não poderia ir para casa naquele momento, estava jogando pôquer com alguns amigos. Prometeu que já estava de saída, e antes da meia-noite estaria em casa, mas logo desligou quando os tais amigos o chamaram. Terminou a ligação dizendo o que ele podia fazer.
"O que você podia fazer?", pensou Beth. "Você podia voltar para casa, me dar um longo beijo na boca. Podia me dar alguma satisfação quando fosse sair com seus amiguinhos. Podia me trazer um agrado de vez em quando, nem que seja um bombom. Podia lembrar que tem uma esposa."
Mas Beth nunca falava essas coisas. Preferia guardar no buraco negro dos seus olhos vazios.

(Quarta ligação, à meia-noite e três.)

"Você sempre está aí, falando que se sente vazia, que nossa casa é o seu inferno", ele começou a gritar. Já estava bêbado. "Eu tou sempre em algum lugar e você fica aí sozinha em casa. Por que você também não sai, vai conhecer gente nova? Por que depende tanto de mim? Por quê?"
Talvez porque ele era o marido de Beth, mas isso não vinha ao caso. Ela já não queria mais saber de justificar sua desgraça. Desligou o telefone e desatou a chorar, com a cabeça debruçada nos joelhos. Sua alma morria a cada dia com esse homem.

(Quinta ligação, à uma e sete da madrugada.)

Essa ligação foi dele. Disse que sabia que Beth estava sozinha, e estava muito triste com isso. Disse também que sabia que ela ficaria bem. Finalizou falando que ficaria jogando com seus amigos a noite inteira.
Depois disso, Beth resolveu dormir. Tomou seus calmantes, deitou na cama e fechou os olhos.
Sonhou com um homem que a amasse. Sonhou com um homem que não a fizesse sangrar. E aí, nunca mais conseguiu acordar para a realidade. O que mais Beth podia fazer? 


--------


Devem ter alguns erros de digitação aí, se tiver me avisem .
E quem tiver uma proposta de emprego aí, também avise.
Bye, galere! 


sábado, 2 de julho de 2011

Atento assaz




Numa noite tão tristonha,
Após essa tarde enfadonha,
A cabeça sobre a fronha,
Tento alcançar minha paz.



Mas meu sono é muito incerto,
Assim a observo tão de perto,
O seu corpo quase descoberto,
E permaneço atento assaz.

Apenas ouço seu farfalhar
Que me causa o suspirar.
Olho o contorno circular
Do seu belo corpo voraz.

Que há pouco se entregou,
Uma marca em mim deixou.
Meu coração acalmou
Com seus perfumes florais.

E agora tão perto a tenho
E nem assim me acanho,
Pois após o amor suponho
Que tenhamos algo mais.

E me entrego a você
Fica assim à sua mercê
O meu peito que nem crê
No bem que você me faz.

Por isso quero que entenda
E que não se surpreenda
Quando digo que a fenda
Em meu peito não há mais.

Bom galera, espero que gostem. Comentem aí o que acharam ;) Sigam e indiquem o blog. Abraços do @dereckalexandre

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Mãos que curam

.Ultraviolência. IRA.Cura!


Uma memória agridoce toma conta do meu cérebro, o que é isso que cresce dentro de mim afinal? O que é esse ódio toda vez que o vento semeia seu nome no meu coração? Minha "humanidade" se esvai deixando em seu lugar a ira de um animal. Não consigo conter o crescente desejo em minhas mãos, nessas ruas sujas banhadas em pecado qualquer um pode ser uma vítima da minha Ira. 
A poesia se esvai enquanto os dedos marcam o pescoço do homem que estava jogado no chão, risos abafados são liberados na atmosfera, sorrisos que iludem olhos psicóticos. Devagar o fluxo de sangue começa a diminuir em função da força aplicada, esse de fato é o momento mais bonito onde todas as canções fazem sentido no último suspiro de uma vida. E o corpo imundo e morto cai no chão estático, nenhuma honraria para aquele velho moribundo, nenhum respeito ao cadáver que é recebido a chutes. 
"Querida, ainda pode me escutar?" Até que a sola da bota ficasse suja com o sangue eu não parei, eu não conseguia. "Boa noite, meu amor... era só isso que eu queria te falar!" Sangue fresco banhava minha mão, e então me senti realmente vivo ao tirar outra vida, senti-me vivo como eu costumava me sentir com a minha amada. Senti-me vivo da pior maneira possível, e o ciclo do sofrimento na minha cabeça apenas começava, vozes gritavam, mas como isso era possível no silêncio sagrado? 
Ali na escuridão, no mais profundo abismo eu corri, corri para longe talvez para apagar minha existência, porém tudo o que eu consegui foi me afundar mais naquele balé infernal. Cansei de lutar, eu sumi em um dia nublado. Uma quarta-feira qualquer. Ninguém pareceu se importar, aquele que voltou no meu lugar foi apenas um resultado, uma consequência da natureza de uma vida de mágoas e tristezas. 
E o pesadelo apenas começava.
--------------------------------------------------

Eu achei que suas mãos trariam a cura para a minha dor...Bom pessoal é isso to preparando um texto bem legal com esse personagem e o Andarilho do asfalto( Personagem de Quando o coração guia a Mão). Abraços e sigam o blog, e o twitter @heavenswillburn para saber das novidades, das cantadas do Don Dourado, signos etc.



Ah Só um Lembrete :D