terça-feira, 31 de maio de 2011

Traços


Mal posso parar de olhar seus traços,
Seus contornos, suas curvas nos enlaços
Que trocamos embaixo dos nossos lençóis.
O toque da seda da camisola me causa ciúme,
E sua pele por baixo dela provoca um ardume
Que é maior do que me infligiriam dois sóis.



Mas a noite se vai, e com ela a certeza
De que não terei mais aqui sua beleza
E que tudo isso não passou de um sonho.
Gostaria que os mares pudessem agora
Selar-nos num abraço, e que a toda hora
Pudesse eu dar-te prazer como proponho.

Pena que minha ninfa é muito fugidia,
Corre sempre, mas penso: Que bom seria
Se um dia pudesse eu tê-la para mim.
Só em meus braços, sob a sombra frugal
De uma árvore de estatura monumental
E permanecesse por muito tempo assim.

domingo, 29 de maio de 2011

Entrega


E me entrego a você
Como um cego, que sem medo
Se rende à escuridão do desconhecido.
Como o sol que nasce

E leva a noite embora ao seu abrigo.
Como a água da chuva que cai,
Sem saber quais caminhos
Que irá traçar, onde irá se meter.
Sem medo, vou.


Continuo firme em minha entrega.
Sigo em frente sem pestanejar
Sem pensar no que pode acontecer
Ou melhor, que já aconteceu.

A coisa mais bela que poderia querer
Está bem ali, na minha frente,
Nas palmas de minhas mãos abertas,
Como a implorar por novos caminhos,

Novas aventuras, novas curvas.
E tudo está ali.
Você está ali.
Ao meu alcançe e tão intangível

Que é dor demais para suportar.
Sou imprevisível, supreendo a mim
Por ser tão desmedido em meus atos,
Por fazer coisas sem pensar,
Por me fazer de todo seu.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Chuva


Parece que os céus sentem
Minhas lamúrias, anseios,
Minhas preces, desvarios.

Mas nem por isso podem me salvar
Do destino tristonho, cabisbaixo.
O que fazem é mandar chuva abaixo,
Só para ver se assim me atino.


Queria ser eu como os céus,
E apenas compartilhar a dor
Que na verdade, o outro sente,
Sem saber o que é tê-la por si.

Antes fosse assim que aguentar
Um peso de mil toneladas
Sobre os frágeis ombros fatigados.
Que, fustigados pelo tempo,
Cansados, exauridos de forças,
Cedem sob o enorme peso,
De coisas que não deveriam ser.

Tento caminhar contra a corrente,
Navegar contra a maré em vão.
Tudo é água, tudo é choque,
Um desperdício de energia,
Um conluio entre a natureza
E os céus, que, impassíveis,
Apenas assistem minha dor terrível
Enquanto passo a inexistir.

Nem lembro do que sou, ou como surgi.
Não sinto meus órgão, o peito vai vazio,
Numa dor que não é sentida, mas persiste.
Como a água da chuva que bate na janela.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Sociedade e o Apocalipse

Sociedade, sua raça louca.
Espero que não esteja solitária sem mim.
Eddie Vedder - Society

E tudo acabou, simples assim não? Eu queria que o fim do mundo fosse apenas uma brincadeirinha, uma pegadinha desse pessoal moderno. Mais não foi, eu não sei como terminou porque ainda está sendo, sabe todo aquele negócio de castigo e outras baboseiras? Nada aconteceu estava mais pra extermínio, certo dia um eclipse do nada aconteceu, o céu ficou vermelho ninguém conseguia acreditar no que estava acontecendo, até que o inferno atrás de cada porta, janela chegou á terra. 


Criaturas dos mais variados tipos que você consiga imaginar escapavam aos montes desses buracos na nossa realidade, e então a matança começou. O show de horrores tomava proporções catastróficas, enquanto alguns corriam para salvar suas vidas e outros lutavam contra todos aqueles pesadelos. Eu vi a cidade pegando fogo, prédios caindo como folhas secas no inverno. Enquanto todo tipo de reza, ritual e tudo que vocês conseguirem imaginar foi feito os que não conseguiam escapar morriam. Eu vi padres entre os mortos, eu vi crianças e mulheres e eu pensei: Onde está Deus agora? Então o tempo parou, o céu foi dividido e hordas angelicais, uma emoção forte tomou meu peito, mais não quando eu vi que além de destruir os demônios os “anjos” castigavam certos humanos. Eles não se importavam em nos proteger e sim em destruir aquilo que era oposto a sua perfeição. E foi quando eu percebi que os únicos que tinham a chave para nossa salvação, não era deus nem o diabo, a resposta desse enigma da consciência coletiva estava no coração da humanidade. Toda essa loucura, esse sangue lavou o consumismo hipócrita,  e toda aquela falsa sociedade mascarada. Tudo que temos no meio dessa guerra é o braço do próximo, e foi assim que formamos a falange dos que sobreviveram para contar a história, e para moldar um mundo melhor. 
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Abraços do @Der_werwolf, e boa noite.






terça-feira, 24 de maio de 2011

Homem de rua


Começava mais um dia de chuva.
Com gotas gordas, caindo
Sobre as cabeças das pessoas
E sobre as construções da cidade.
E lá estava ele, estático.
Sob seu amontoado de jornais.


Jogado sobre papelões,
Na escadaria da igreja, na praça.
A água gélida caía-lhe como facas.
Sentia um frio terrível, batia os dentes.
Urinou ali mesmo, tentando se aquecer.
Preocupava-se com seu cão.
Há mais de três dias não comiam,
Cada vez mais podia ver suas costelas.
Pensava em como viera parar ali.
Não conseguia se lembrar.
Sua memória já não era como antes.
Os roncos do estômago e o barulho da chuva
O impediam de pensar direito.
Estava com muito medo. E frio. E fome.
Chegara sua hora. O fim do sofrimento.
Talvez iria para um lugar melhor.
Não tinha essa certeza.
Não conseguia se lembrar.
Como era a vida antes disso?
Não importava mais. Não agora.
O céu chorava por ele, piedoso.
Dormia tranquilamente.
Nada mais de fome.
Nada mais de medo.
Só a paz.

domingo, 22 de maio de 2011

Amor que Confunde



No momento que entrou na minha vida
Meu mundo desabou de uma só vez
Minha mente ficou vaga e perdida
Era só ilusão, uma estupidez.


Era um misto de sentimentos
E eu até me confundi
Foram noites de muitos tormentos
Foi ai que me perdi.

Fui acreditar no meu fraco coração
Me perdendo na ilusão de um novo amor
Me deixei ser tocado pela emoção
E agora o que só sinto é dor

Dor de não te ter
E a cada dia não conseguir te esquecer

Dor de te abraçar
E saber que no próximo dia terei de te encontrar

Dor de te beijar
E saber que alem de sonho isso não vai passar

Dor que me faz perceber
Que não consigo viver sem você

Dor que machuca meu coração
Destrói minha alma, e me deixa em suas mãos.





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Apos tanto tempo eis que surge mais um dos meus posts!! Espero que gostem!!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

.A tortura – O medo – A Dor.


O que fizerão comigo me criou,
é um principio básico do universo,
que toda ação cria uma reação v

.A tortura – O medo –  A Dor.
Lembranças ressurgiam daquela voz grave e ameaçadora, levavam o garoto ao submundo de seus pensamentos – O pior lugar onde alguém poderia estar. Era uma sala simples apenas um telefone, alguns moveis velhos nada de valor, quando a criança aguçada pela curiosidade e pelo instinto pega o telefone, ele tenta discar alguns números na esperança de ser o da sua casa, de ser o numero da sua amada mãe, mais nada funciona já que ele tinha apenas dois anos.
O desespero aparece misturado com a sensação infantil de não querer estar ali, por motivos a raiva começa a guiar sua pequena mão, deixando com que o aparelho fosse ao chão – Quebrado,assim como sua alma. Logo a mão que educa, também castiga. Gritos e outros berros de repressão faziam seu coração acelerar, no pior dos instintos, no pior dos sentidos. A medida que tudo começa a ficar cinza ameniza a sensação da dor e dos vergões subindo pela pele macia. Arrastado, misturando sua essência com a poeira e os restos do chão frio, agora o ambiente era outro era um quarto a luz entrava fraca pela janela, algo pedia para não desistir, e o castigo apenas começava. A dor física apenas não basta, palmadas, socos e outros tapas, pois uma hora você deixa de sentir as pernas foram as primeiras a sumir, depois os braços, as costas ardiam como o inferno, mais qualquer inferno era bom demais para aquele lugar e de alguma forma aquele ser sabia disso. Ele foi jogado brutalmente contra a cama, como um brinquedo ou algo sem valor. A porta bate e seu barulho ecoa por aquele terrível escuro infinito – Você não sabe o quando o silêncio pode ser enlouquecedor. Toda espécie de demônio se manifesta em um lugar desses, e  ele grita, grita até não ter cordas vocais, grita na esperança que um anjo o escute, mais ninguém o escuta. Ele levanta com dificuldade perdido, sendo guiado apenas pelos finos raios solares que ingenuamente entravam de alguma forma da janela, caminhou até a porta a socando com as mãos, implorando por perdão. Ele percebeu que não iria vencer, então deitou em algum canto, fechou os olhos castanhos normais, a dor marcava muito a escuridão infinita e o cansaço chegou como Morfina para os pesadelos, então ele caiu no sono, onde só iria acordar quando estivesse em um lugar melhor.
·         • Baseado em fatos reais -
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As vezes odeio minha memória.
Abraços

Olhos


Seus olhos expressivos parados,
Apenas a me observar, quietos.
Como se pudessem depreender
A minha alma dessa maneira.
E no fundo, acho que podem.



Podem me ver, sou transparente.
Não consigo fugir ao seu crivo.
Rasgam minhas pestanas, adentram
Meu ser como fosse sua casa.
Colocam toda a sua alma em mim.
E compartilham a minha também.
Seus incríveis olhos marcados
Pelo tempo, experiências, a vida.
E ranhuras lindas, negras, profundas.
Fico a me perder em seus olhos
Quando eles se perdem em mim.
Só quero olhá-los, mais perto,
Decorar cada forma, cada contorno.
O mel de seus olhos não me deixa fugir.
Nem quero.
Quero o que há por trás deles,
Quero saber de seus desejos,
Para poder saciá-los, com calma.
Quero ser inteiramente dos seus olhos.
Ser seu.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Cadência I - tônica

 Prelúdio da Despedida


Abaixo das mais belas estrelas está o seu trono, minha rainha toda terra se curva a tal beleza inspiradora. Sob  a abóbada  celeste você descansa, pacifica, protegida por arcanjos. Eu me pergunto quantos poetas dariam de bom grado suas vidas para apenas tentar traduzir sua beleza em palavras, iriam dizer que suas madeixas são raios de luz pura, retirados  do sol magno, que as flores tentam imitar seu doce e único aroma e seu sorriso radiante, com poderes de salvar um homem da morte certa.
Eu queria poder dizer mais, eu  sacrificaria as batidas do meu coração antes de partir apenas para mais uma vez para contempla-lá.  O tambor soa clamando a guerra próxima, minha rainha, minha inspiração, meu amor! Eu irei enfrentar todos os demônios, a fúria de todos os deuses, porém eu voltarei novamente para seus braços carinhosos, meu orgulho me cega eu sou apenas um cavaleiro e você é minha rainha, respeito e benevolência estão contidos em meu juramento. Jurei servir a liderança daquele profano Rei Louco, que desrespeita sua majestade, que desonra seu sangue e que trai seu nome.Eu não sou arauto de angustias a perfeição, eu quero livrar-lhe de toda essa dor! Bardos entoarão meu nome em suas canções e todos meus feitos serão dedicados  única e exclusivamente a tí, porque quanto eu mais penso em você, mais minha fé aumenta! Minha rainha eu irei voltar desse longo inverno, Cadence espere por mim!
 
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É esperem por mais, isso vai virar uma saga. AHAHHA abraços do @der_werwolf  quem gostou comenta, isso me inspira a fazer mais. AHAHAH

domingo, 15 de maio de 2011

Inferno


O coração bate, ritmado pelos passos.
A sensação de sufocamento permanece
Nas entranhas do inferno onde vivo.
A putrefação adentra minhas narinas
Nem me lembro mais de outro aroma.

Me pergunto se existiu vida antes
De me tornar o que sou hoje: o caos.
Nada de luz, sentimentos bons, amor.
Tudo em volta é pena, ódio, rancor.
A escuridão, que se fez morar em mim,
Fez de meus olhos sua sala de estar,
E de meus ouvidos, sua cozinha.


Já meu coração, transformou-o em nada.
Mas seguem batendo os passos em volta.
Sem luzes, sem cores, sem retorno.
O mesmo ambiente vazio de mim mesmo
E cheio de possíveis ameaças a mim.
Nem ouso me mexer de tão aterrorizado,
Os calafrios em minha espinha me impedem
De sequer respirar direito. Só ouço
As vozes e os passos, ao fundo, longe.
Mas perto o suficiente para me torturar.

sábado, 14 de maio de 2011

Toda hora


Quando acordo logo penso
A que horas vou lhe ter
Fico tenso a esperar
Por minha hora de prazer.


Penso em você a toda hora
E a toda hora você vem,
Tão quente e suave
E como você me faz bem.

O seu cheiro é tão gostoso
Como brisa de verão.
Ah, como adoro te comer!
Ah, meu delicioso pão!

Gostaram? Comentem aí! :D

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Mundo Reverso

“4. Nenhum animal dormirá em cama com lençóis.
5. Nenhum animal beberá álcool em excesso.
6. Nenhum animal matará outro animal sem motivo.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.”
 George Orwell

O sol nasce no grande reino fazendo com que cada animal acorde e se prepare para os trabalhos comunitários, cada grupo é responsável por criar e proteger sua própria fazenda sendo assim trabalhamos para manter a ordem e o bem coletivo, porém eu não vou ao trabalho hoje, sou um labrador descendente de uma linhagem de cães protetores. Eu aprendo muitas coisas com os mestres animais designados pelo Conselho, e talvez seja essa a necessidade de registrar esse meu pensamento.



O único assunto que todos animas não dão a menor importância são os humanos, que por sua incapacidade de pensar seus pequenos bandos sempre sofrem ataques. Existem famílias de animais que utilizam humanos domesticados, porém sempre são sacrificados quando começam a ficar arredios, nossa sociedade mudou muito agora a caça a humanos por pele para confeccionar capas, bolsas e outras coisas que realmente não precisamos. Ontem pela manhã dois humanos foram mortos pois tentavam pegar frutas em uma das nossas áreas, uma delas era apenas uma criança eu vi a dor em seus olhos enquanto cada parte do seu corpo era dilacerada,  acho que por algum momento deixamos de ser animais porque nossa benção a inteligência cegou alguns irmãos que a utilizaram para a maldade. Não é isso que prega a nossa filosofia de preservação onde todos são iguais pela vontade da grande mãe terra, o sol nasce e morre tanto para nós quanto para eles. Humanos são seres indefesos que precisam de guias para aprender a viver em sociedade, a sabedoria da coruja, a força do touro a garra da águia, cada animal aqui deveria ceder um dom e encaminhar os seres humanos para uma evolução, uma expansão, pois aquele que mata hoje é o mesmo que pode matar algum de nós amanhã a violência sem limites em conjunto com esse preconceito criado é um veneno que infecta nossa sociedade perfeita. A lei do mais forte prova apenas a ignorância da violência, achei que com toda perfeição do nosso sistema isso estava acabado. A única duvida que ainda fica em minha mente após analisar esse cenário é: Colocando os animais como não agraciados pela inteligência e sim pelo instinto será que os humanos iriam nos respeitar e tentar conviver conosco com uma preservação? A resposta para isso reside no coração de cada um com inteligência suficiente para entender que  nenhuma espécie é soberana, se ao menos eu soubesse disso antes..

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Ae galera, primeiro obrigado para a @laismoltene    ,para quem o texto é dedicado e quem deu a idéia do texto muito obrigado! O blog saiu no jornal destak AHAHAH link da foto: 
Obrigado e bom Fim de semana! @heavenswillburn 
Abraços do @der_werwolf

terça-feira, 10 de maio de 2011

Edifícios


Olho para o alto e não consigo
Ver o céu, de tantos prédios acima
De minha cabeça, dominando a
Cidade de maneira irregular,
Restringindo-me aos seus domínios.

Mas não me importo, acalento
Em meu coração um amor incondicional
Por esses arranha-céus, sua magnitude,
Envergadura, o seu poder inegável.



O conjunto deles forma algo incrível
Mas quase nunca é notado, as pessoas
Insistem em olhar sempre para baixo,
Apressadas, quase correndo, esbarrando,
Esmurrando as pontas de faca da vida.

Não vivem o momento, vivem o futuro.
Esquecem que a vida é um presente
E ele é que deve ser apreciado.

Pare dois minutos no centro da cidade,
Em seu âmago, no seu coração.
Sinta a pulsação de milhões de vidas,
Corpos em movimento, carros, motos,
Trânsito, violência, fumaça e morte.

Olhe para o alto, reflita, respire.
Sinta a calmaria na rigidez dos prédios.
Os edifícios que são calmos, alheios
À todas as pessoas, aos problemas
Cotidianos. Não é que não se interessem.
Longe disso. Apenas observam todos,
Ao longe, sossegados, em sua altitude
Enquanto as pessoas gastam suas vidas
Correndo, com pressa, como a apressar
A hora de estancar o sangramento vital.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Trítono


“O que é que você colheu na vida, além de pedras?”
Stephen King, À Espera de um Milagre

I

Oscilo em minha própria luz,
Clamando pelo mais doloroso dos fins.
Não sei quando devo parar,
Mas isso já não pertence mais a mim.

De que vale um relógio sem corda
Ou um coração sem sangue para despejar?
De que vale a perfeição da silhueta
Quando a sombra sem vida está?

Essa é a sina que não quero mais carregar,
A missão para abortar,
A vida para renegar.

II

Prantos.

Atrás de mim há um milhão de suicidas.
À minha frente, um milhão de pecadores.
À minha direita, os homicidas;
À minha esquerda, os perdedores.

O julgamento desce do Céu para nos levar ao Inferno.
A multidão continua a caminhar pela estrada sem fim.
“Antes”, dizia um homem em vestimentas pretas,
“Nesse lugar habitavam nada mais do que mil manequins.”
“Agora”, continuava o homens de olhos divagantes,
“Não há mais espaço para o pecado nesses confins.”

Lá embaixo, várias almas eram queimadas
Pelas minhas mãos a maldição foi escrita.
Em uma fração de eternidade a vida foi encerrada
Acorrentam-me e deixam-me à deriva.

“Você não esperava um banquete para sua chegada”,
Ironizava o homem em um turbilhão de visões.
“Você é só mais um no meio da floresta;
Te darão um número e retirarão suas razões.
Afinal”, falava o homem que parecia cada vez menos real,
“É melhor que você perca a esperança diante das ilusões.”

O homem nunca sorria, não para mim;
Parecia não ter alma ou ter almas demais.
Encostou sua mão na porta do Abismo,
Segurou-me pela garganta,
Jogou-me no buraco sem fim,
Para eu não subir nunca mais.

III

Assumo, retirei minha vida de modo vil,
E agora peço a redenção.
Não a mereço devido à crueldade que cometi,
Mas imploro por uma oração.

Somente uma, que possa me lembrar do que fui
Antes de se esvair minha calma.
Que possa rememorar os sorrisos de minha vintena,
Antes do assassinato da alma.

Jovem demais eu esqueci a beleza do viver,
Sem qualquer noção de feiúra.
Essa é a cruz que terei para manter.

Essa é a sina que carrego com amargura,
Querendo uma chance de nascer
De novo para me redimir de minha postura.


Eu não sou o Álvares de Azevedo, nem o Lord Byron. Muito menos o Dereck ou o Barney, mas eu tou tentando. Se puderem comentar, eu agradeço, porque preciso de um feedback dessa poesia sem nenhuma contagem métrica e a coisa toda.

Em breve, em homenagem ao amigo que comentou no "Pesar", publicarei um texto sobre zumbis. Até lá :D

domingo, 8 de maio de 2011

Dia das mães


A terra é fecunda, fértil
Como são as mães do mundo.
Seu amor é o mais profundo
E seu cuidado o mais sutil.

Ama desesperada seus filhos.
Protege-os de tudo, de todos
Os males, ensinam-lhes modos.
Da vida, mostram-lhes atalhos.


Ao cuidar, se doam, se entregam.
Assumem uma missão vitalícia
Mas acham tudo uma delícia
E nada aos seus filhos negam.

Se o mundo gira, é por conta delas
Elas carregam seu peso sem apuro
No seu ventre, carregam o futuro
Que é tão mais bonito com elas.

Em troca de tudo isso, elas pedem
Apenas que as amemos por inteiro.
Sem restrições, como o ar no outeiro
Que corre solto, mas tem sua ordem.

Mães do futuro, ou mães sem filhos,
Mães de quinhentos, mães de mães.
Todos os tipos merecem comemorações
Sempre que as olharmos em seus olhos.

Um parabéns especial à todas as mães, pelo Dia das Mães.

Um beijo do @dereckalexandre aqui pra minha mãe, em especial! :D

Mandem beijos e abraços pras suas mães aqui nos comments! ;)

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Você tem o direito!



Você tem o direito meu caro, é isso que todo mundo fala. O direito de permanecer calado, governado por um sistema esmagador que sem perceber arquiteta um plano maquiavélico utilizando vidas humanas, sonhos e esperanças para alimentar uma grande fornalha de progresso.

Realidades mascaradas e pintadas como as mais belas atrizes instigando a luxuria e a constante busca por perfeição, pois convém em uma rede cheia de falhas buscar algo para ocupar nossa mente, para colocar debaixo do pano os verdadeiros problemas: Miséria, Educação, Saúde.
O desrespeito com a população cria os monstros que eu todo dia sou obrigado a abater. Esse garoto poderia ter sido um Einstein ou um poeta,  mas esse é o jogo e essas são as regras enquanto o sistema cria seus próprios defensores para se manter vivo, somos nós que morremos. Os vermes ignorantes que não têm valor social ou de mídia. Aqueles que estão no poder são o reflexo da população, como podemos esperar coisas boas se todos esses espelhos estão sujos com tanto sangue? A pergunta fica no ar nesse ambiente onde ela será sufocada, comprimida até ser apagada da existência. Mas não da minha memória, tudo isso vai mudar!

-- O Andarilho.


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Boa noite pessoal, bom fim de semana e Dia das mães chegando logo teremos uma homenagem no @heavenswillburn para comemorar essa data. RECADO IMPORTANTE: Sigam o blog, é fácil e você não precisa ter outro blog, pode ser com a conta do twitter ou do google ^^   Abraços do @der_werwolf 

terça-feira, 3 de maio de 2011

Puro ar


Um breve espaço de tempo.
Um suave sopro do vento.
Para mim, não há lamento
Eu só quero me entregar.

E viver aquilo que sinto
Tive medo, eu não minto
Mas o céu está tão limpo
Que eu só penso em amar.


E nessa noite tão clara
Foi que eu achei a rara
Jóia a quem se declara
Meu coração a acalentar

Nos braços suaves aqui.
Tão lindos, que nunca vi.
E tenho aquilo que pedi:
Nada mais que o puro ar.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A Dança das marés


Os ventos rumando para o norte cuidavam daquela noite, trazendo a brisa fresca do inverno. Sobre os incontáveis grãos de areia da praia se encontrava um velho índio e seu neto, como de costume os anciões precisavam reviver as antigas lendas. O velho levantou esfregando ambas as mãos para se proteger do frio, apontou para a lua cheia que banhava com seu brilho prata aquela noite, e começou a falar:

- Essa história é de um tempo em que a terra andava em desequilíbrio, como uma pequena criança que aprende os primeiros passos, de um tempo em que o brilho das estrelas era diferente. Vou te ensinar porque a Lua foi dividida em fases! 


Tudo começou com a Dança das marés, O Oceano senhor de todas as águas em Gaia vivia um período agitado, impetuoso como um homem tentando alcançar seu grande amor. E essa meu neto era a formosa Lua que reluzia espalhando todo seu esplendor por todo céu. Oceano queria de qualquer forma agradar a donzela, ou ser notado por ela, mostrando seu lado agressivo ele aumentava o fluxo das águas para mostrar valentia e poder sobre Gaia, porém a Lua nada demonstrava. E nos dias mais claros ele ordenava a todas as belas criaturas vivas em suas águas que prestassem uma homenagem a formosa Lua, mas ela continuava lá brilhando solitária no alto do firmamento. O Oceano já não sabia o que fazer todos seus esforços eram nulos, o que gerava ira e quando a Alma do Oceano está  no estado de ira acontece o fenômeno que chamamos de Dança das marés, O grande Oceano começa a expandir os sete mares sobre Gaia a terra e isso estava destruindo muitas espécies do nosso planeta. Até que a Sábia Gaia, enviou um de seus filhos para aconselhar guiando o Oceano para um melhor caminho. Tal ser era um lobo cinzento vindo das longínquas montanhas do norte. O lobo contemplava a lua todas as noites e sabia que todas as noites eram de lua cheia porque ela queria impressionar o Oceano, pois também o amava. Não era sensato separar tal amor pensava o lobo, porém ele precisava achar um meio único de que esse amor fosse bom tanto para Gaia quanto para os amantes,pois a lua cheia perto do Oceano todas as noites iria destruir a terra, o fluxo das águas iria encobrir tudo. Então o lobo astuto que recebeu o dom de Gaia para caminhar sobre as águas traiçoeiras chegou até o coração do Oceano onde lá propôs para que a lua seja dividida em fases e que os amantes apenas se encontrem quando a mesma estiver cheia.Ambos concordaram então o cinzento começou o ritual, caminhou para trás enquanto concentrava-se na lua. Uivou cobrindo todos os sete mares aproximando a lua cheia do Oceano, nesse momento as estrelas brilhavam e o céu foi tomado por uma Aurora que serviu de ponte para que as duas almas conseguissem se encontrar. Quando o velho terminou de contar a história, o neto estava olhando fixo para o horizonte onde o céu encontra as águas do mar, e por um instante a criança observou o Lobo cinzento caminhar os observando,então a calada da noite foi tomada por um longo Uivo de gelar a espinha. Foi quando o Neto aprendeu que as lendas não são por acaso. 


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Recados do @Der_werwolf: Ae pessoal Sigam o Blog é fácil e você não precisa ter outro Blog sigam o @heavenswillburn. Obrigado.