sexta-feira, 27 de maio de 2011

Chuva


Parece que os céus sentem
Minhas lamúrias, anseios,
Minhas preces, desvarios.

Mas nem por isso podem me salvar
Do destino tristonho, cabisbaixo.
O que fazem é mandar chuva abaixo,
Só para ver se assim me atino.


Queria ser eu como os céus,
E apenas compartilhar a dor
Que na verdade, o outro sente,
Sem saber o que é tê-la por si.

Antes fosse assim que aguentar
Um peso de mil toneladas
Sobre os frágeis ombros fatigados.
Que, fustigados pelo tempo,
Cansados, exauridos de forças,
Cedem sob o enorme peso,
De coisas que não deveriam ser.

Tento caminhar contra a corrente,
Navegar contra a maré em vão.
Tudo é água, tudo é choque,
Um desperdício de energia,
Um conluio entre a natureza
E os céus, que, impassíveis,
Apenas assistem minha dor terrível
Enquanto passo a inexistir.

Nem lembro do que sou, ou como surgi.
Não sinto meus órgão, o peito vai vazio,
Numa dor que não é sentida, mas persiste.
Como a água da chuva que bate na janela.

Um comentário:

  1. Parabéns meu xamegÔ, cada dia postando mais e mais
    poemas lindos♥
    bgks
    @dkdree_

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