quinta-feira, 2 de junho de 2011

Retratação / O som do silêncio

Boa tarde, gente.
Queria pedir desculpas por eu não postar com frequência aqui.
Tive inúmeros probleminhas nessas últimas semanas, e ontem recebi a notícia de que eu não vou poder mais mexer nos computadores do CNA, olha que beleza.
Isso significa que ficarei ainda mais longe daqui, a não ser que aconteça algum milagre e um Sony Vaio pouse nas minhas mãos.

Não esperem nada meu tão cedo, principalmente porque minha inspiração foi embora há algum tempo.
Até algum dia, e continuem vendo as novas postagens do Dereck, do Barney e do Lobisomem. Abraços.

- Fiquem agora com um conto que estou escrevendo nesse exato momento. Espero que gostem, pois será a minha última colaboração com o HWB em um tempo.

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"Quando uma mulher diz não ela quer dizer talvez, e quando ela diz talvez quer dizer sim, porque uma mulher nunca diz sim."

E, de novo, ela repousou a cabeça na mesa e ficou olhando os clipes de música na televisão, como se não tivéssemos conversado por horas a fio.
Resolvi encará-la, olhar para seus olhos verdes tão difusos e corretos. Ela também olhou para meus olhos castanhos tão pequenos e concentrados. Mesmo assim, ela não falava nada.
— Por favor, fala alguma coisa.
— ...Alguma coisa.
— Você parece...
Segurei a língua por alguns momentos. Odeio quando começo a filosofar demais, principalmente com uma garota tão misteriosa quanto ela.
— ...Você parece querer falar alguma coisa, mas ao mesmo tempo... não quer falar. Tem medo.
E ela continuou me encarando, impassível. Queria me desafiar, queria que eu continuasse a falar.
— Parece que todo dia você lembra dessa tal coisa e, do nada, para de falar. Ela te inibe de ser alegre, te inibe de se soltar.
A garota de pele translúcida e rosto marcado por espinhas estouradas só moveu um pouco seu lábio para cima, como se quisesse dizer "é por aí mesmo, continua". Seus olhos continuavam me dissecando.
— Você nunca contou esse segredo a ninguém, e queria muito alguém para contá-lo. No entanto, não faz a mínima ideia de quem pode ser esse alguém.
Não acreditei que ainda estava falando tudo o que me vinha na cabeça. Acreditei menos ainda na minha mão que se aproximou da dela sem que eu fizesse força alguma.
— ...Eu posso ser esse alguém?
Os olhos dela viraram para um canto aleatório.
— Talvez.
Eu venci, finalmente. Nada como o som tranquilizante... do silêncio.

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