quinta-feira, 31 de março de 2011

Durante a noite


Dormira mal. Naquela noite, estava com fortes dores por todo o corpo. Mal havia se deitado, parecia que seu despertador tocava. Quando esticou a mão para desligá-lo, percebeu que ele estava diferente, tinha uma textura aveludada, pegajosa. Levantou os olhos e tentou enxergar no escuro o que podia ser aquilo. Ficou aturdido quando viu algo negro e arredondado a se mexer sobre sua cabeçeira, e por toda a parede sobre sua cabeça.

Tentou em vão alcançar seu abajur, para poder enxergar melhor. Conseguiu após muito esforço ligá-lo. Desejou que não houvesse feito isso. Seu quarto estava completamente tomado por aranhas, de todos os formatos, cores e tamanhos. Todas olhavam estranhamente para ele, como se ele fosse apenas mais uma mosca presa em sua teia. O terror tomou conta de seu ser, piscou os olhos para ver se elas sumiam. Não sumiram, pelo contrário, pareciam cada vez mais próximas dele.
Após algum tempo, notou que uma das aranhas ao canto emitia um barulho estranho, como o rádio de um carro velho, e lançava uma luz vermelha que piscava em direção aos seus olhos. Finalmente, num sobressalto, abriu seus olhos e viu que na verdade, a aranha piscante era seu despertador. Desligou-o e foi tomar banho. Tinha que ir trabalhar.

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